UP – Altas Aventuras, de Pete Docter, Bob Peterson
EUA, 2009
Animação da Disney/Pixar
Quando vimos Wall-E, da Disney/Pixar, esperamos que mais nenhum filme o supere. E então surge UP Altas Aventuras e nos encanta novamente com a magia típica dos filmes da Disney. O filme narra a história de Carl Fredricksen, um velhinho mal-humorado, solitário e viúvo de 78 anos que vive numa casa que está no meio de uma construção de prédios moderníssimos.
Quando criança, Carl sonhava em ser um explorador, conhecer a América do Sul. Aos poucos os sonhos infantis são deixados de lado diante da vida que ele e a amada começam a ter. Mas, no alto dos seus setenta e poucos anos, Carl decide realizar a famosa exploração que ele tanto sonhara e que a amada idealizava em vida. Resolve partir na casa que vivia, içada por milhares de balões. Mas Carl não esperava pela companhia inicialmente inconveniente: Russel, um menino tagarela, um escoteiro que também sonha em ser um grande explorador.
O filme é inteiramente poético. Mesmo se tratando de um filme supostamente infantil, consegue abordar temas como a morte, a solidão e até mesmo a relação com o passado, de uma forma extremamente sublime.
Presenciamos uma verdadeira transformação do personagem. Primeiramente ranzinza, preso ao passado em que vivia com a esposa que tanto amava. Fora muito feliz com a esposa, mas não conhecera o lugar com que sonhara na infância. O desenho na parede que enfeitava a casa, retratando o Paraíso das Cachoeiras que queriam conhecer na América do Sul, era uma espécie de utopia que ambos tentavam alcançar, mas não conseguiam. Carl é simplesmente o retrato do ser humano que sempre caminha em busca dos sonhos de criança, a inocência e a crença de que tudo é absolutamente possível; mas quando cresce percebe que, para conhecer aquele lugar que o acompanhara durante a infância, é preciso amadurecer e entender que nem tudo é possível.
Porém, quando conhece a América do Sul a bordo de uma casa conduzida por balões e a companhia de Russel, percebemos que Carl busca realmente recuperar o passado, a presença da amada e a suposta simplicidade de ser criança. Isso, claro, nunca voltará. Mas é exatamente disso que é feita a vida, de viver e “morrer”, alienar-se e separar-se. A grande aventura que Carl precisa enfrentar é desvincular-se da ideia de voltar ao tempo; que é necessário escrever uma nova história.
Entre uma cena e outra, é possível emocionar-se com o sonho de Carl e entender que muitas vezes nos enganamos com aquilo que buscamos. Não é necessária uma verdadeira viagem para se ter uma aventura; a própria vida é uma aventura. Mas para compreender isso, Carl precisou passar por muitos apuros na área inóspita que o filme retrata, localizada na América do Sul. E, principalmente, ao conviver com o menino Russel, o velhinho percebe que agora é hora de orientar o novo, cuidar de Russel e dos sonhos do menino, pois ele, Carl, já fora criança um dia e aprendeu a ver a vida como uma aventura.
Marina, a sua capacidade de perceber, entender e colocar no papel os sentimentos é incrível. Adorei o filme e a sua resenha
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Adorei o filme e o seu comentario!
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Sabe Má, nem tem o que comentar!!!
Eu concordo com a Rosana… Não vi o filme ainda, mas a sua capacidade de captar a essência dos livros e/ou filmes que você comenta, eu acho fascinante!
Vai virar crítica de cinema quando crescer, né?!?! ahahaha
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