Tenho minhas dúvidas do que é mais agradável: possuir diversos livros na estante ainda intocados, inéditos para meus olhos e razão, ou contemplar aqueles que já li, dos quais tenho agradáveis lembranças. Se eu fosse imaginar uma situação – veja bem, hipotética – de um incêndio dramático numa enorme biblioteca (o tamanho não importa), o que eu salvaria? O que é digno de salvação, como relíquia para a humanidade? Ou o que é valioso apenas para mim e a minha mortalidade?
Acredito que sejam perguntas complexas com respostas ainda mais difíceis. Por elas aguardo respostas. Os livros que não li guardam em si o sonho, a idealização dos sentimentos e ideias que terei quando os ler, pelo menos o que desejo sentir ao lê-los. Carregam consigo as palavras dos amigos que os indicaram, as críticas literárias e a alma do autor ainda desconhecida para mim. Não me perdoo por não ter me embrenhado ainda pelas páginas de Crime e Castigo, por exemplo. Ou Anna Karenina, de Tolstói. São livros admirados pela Literatura. E pela minha biblioteca também, certamente os salvaria. As capas charmosas, o conjunto que o livro apresenta seduz também. Sentiria dificuldade em escolher as minhas relíquias: o que amei e o que idealizo amar.
Não poderia esquecer, porém, dos livros marcantes na minha vida. Desde aquele com os contos e desenhos da Disney, que ganhei durante a alfabetização, até Apologia de Sócrates, primeiro livro de Filosofia que li. Parece que uma segunda história ocorre simultaneamente durante a leitura. Não é preciso definir se determinado livro é considerado uma grande obra literária, importa a impressão deixada por ele aos nossos olhos.
A verdade é que sentimos a imensa dificuldade de escolher em face de grandes opções. E tendemos a escolher o que representa concretamente as lembranças das quais temos saudade e queremos reforçar na memória. As perguntas ficam aqui lançadas. Sei que na estante sempre haverá livros que não li e realmente não faço ideia de quando lerei. Mas saber que estão aguardando pela minha leitura proporciona a expectativa de que há novas ficções prestes a serem redescobertas. Tornam-se livros-promessa.
Adorei esse texto!” Não é preciso definir se determinado livro é considerado uma grande obra literária, importa a impressão deixada por ele aos nossos olhos.” Adorei essa definição para um bom livro!!! E acho que salvaria os que já me tocaram, não sei… Ai que dúvida!! hahahaha
CurtirCurtir
Se um incêndio queimasse minha estante de livros o que eu salvaria primeiro? Putz, me pegou agora! Acho que salvaria os que mexeram mais comigo mesmo…XD
Bom, esse é o último fim de semana das férias, né? A partir de segunda o bicho pega!
Bju!
CurtirCurtir
Ai, eu também tenho essa dúvida…acabaria salvando os que me marcaram, que pessoas especiais me deram. E talvez um ou outro que eu queira ler muito, vai haha
Segunda a gente volta, William! E com novas promessas de um semestre melhor ainda, espero!
E valeu pelo comentário (:
CurtirCurtir