Somente sons
Este silêncio todo me atordoa.
O relógio, os pneus dos carros na rua,
O tilintar dos copos do vizinho.
Um silêncio preenchido de sons
Que passam despercebidos em outro momento
E agora são protagonistas do meu atordoamento.
É hora de ligar a televisão
Deixar ecoar a insanidade dos programas,
As notícias trágicas
E as novelas irreais?
Somente sons,
Que nessa frase já carrega consigo a sonoridade
A brincadeira da gramática.
Acho que prefiro o silêncio daqueles sons profanos,
Que adotam novas máscaras e ganham liberdade
Nessa redescoberta do som.
Sabe que eu lembrei das músicas do Lenine lendo esse poema? Essa brincadeira que ele faz com os sons, aliterações e assonâncias… Muito lindo!!!
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