Entre dois versos
Isso é a vida real?
Isso é só fantasia?
Vivemos entre os dois versos
Que carregam na interrogação
O peso da escolha.
Fantasia inebriante, alucinógena felicidade,
Ilusões de um estar profundo no eu.
Realidade bruta, com as palavras do dicionário
Martelando a folha de papel,
Tinta e curvas, letras.
O ponto final é definitivo,
A vírgula, um intervalo, comparação
Entre os dois mundos que me envolvem.
Mas e se houver uma vírgula na qual me seguro
Titubeante, entre os dois versos?
Os dois lados irreconciliáveis,
O doce e o amargo,
Existem nesse curvar da ponte que me sustenta,
E me empurra para um caminho estranho:
Eu mesma, nascida na linguagem.
Vírgula que se prende às trincas do asfalto
Faz sentenças diversas na realidade concreta
E permeia essas trincas com poesia viva,
Ambígua,
Pacificadora dos extremos.
Para que poeta em tempo de indigência? Bela composição Marina!
PS: Os dois primeiros versos são meio Freddy Mercury, não?
Beijos!
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Exatamente, de Bohemian Rhapsody (:
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Posso pegar uma vírgula que me leve para o mundo mais fantasioso!?
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