O sol a pino anunciando a parcela
De dia quase inesgotável
De mais rotina vista da janela,
De doçura inefável.
E, veja só, ainda é meio-dia.
Situado em tal eternidade,
O sol promete inícios longínquos,
O almoço é engolido com ansiedade,
Das expectativas de sóis oblíquos.
Mas já é meio-dia.
Tempo esse que se consome em vão,
Na promessa de instantes vindouros,
De manhã esmorecida em sofreguidão.
O meio-dia é morte e vida em louros,
Marcados a pino com o que ficou,
Que, teimoso, resiste pelo porvir.
Mas, ainda assim, que inferno!
De dourado forte, solar e mortífero eterno
É este meu meio incólume meio gasto meio-dia.
Maravilha de haikai
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